2024 - TRONO NEGRO
Desfile
7ª escola a desfilar | 16/02/24 | Estrada Intendente Magalhães
Resultado
Campeã do Série Bronze (SUPERLIGA) com 269,9 pontos
FICHA TÉCNICA
Presidente
Raphaela Nascimento
Direção de Carnaval
Raphaela Nascimento, Leandro Valente, Rhodrigo Nascimento , Rodrigo Amaral e Jonathan Maciel
Autor do Enredo
Leandro Valente
Carnavalesco
Leandro Valente
Direção de Harmonia
Jonathan Maciel
Direção de Bateria
Mestre Átila
Rainha de Bateria
Day MDZ
1º casal de mestre-sala e porta-bandeira
Raquel Silva e Rômulo Diniz
Responsável pela comissão de frente
Allan Carvalho
Componentes
1.600
Alegorias
02 e 02 Tripés
SINOPSE DO ENREDO
Trono Negro
Poder: a capacidade de domínio, de expressão da vontade ou até mesmo uma ação natural que se sobrepõe à vontade individual.
Soberania: autoridade superior que não pode ser restringida por nenhum outro poder.
Realeza: designação que caracteriza a existência de poder de um rei ou de uma rainha. Poderes Soberanos Reais. Assim, a Tradição se veste. Abre-alas para toda a nobreza passar. Cortes pretas, detentoras de tronos negros.
África: berço ancestral do poder e da glória. Continente de reis e rainhas que lutaram pelo seu povo. Terra orgulhosa de seus impérios e dinastias. Solo sagrado de lideranças soberanas que marcaram a história da humanidade. Reinos milenares, do ouro e da ostentação. Do poder preto no Trono Negro. Trono de coroas de dente de sabre, adornadas com peles de bicho e folhas de ouro. Coroas de reis e rainhas da pele preta. Hatshepsut, a rainha mais habilidosa de uma antiguidade distante, Taharqa, rei da Nubia, Aníbal, rei de Catargo, Cleópatra VII, a rainha do Egito, Tenkamenin, rei de Gana, Mansa KanKan Mussa, rei de Mali. Sunni Ali Ber, rei de Sanghay, Makeda, a rainha de Sabá, Ja Já, rei de Opobo, Moshoeshoe, rei de basutoland, Idris Alooma, rei de Bornu, Osei Tutu, rei de Ashanti, Shaka, rei dos Zulus, Amina, rainha de Zazau. Nzinga, rainha de Matamba, Ranavalona, rainha de Madagascar entre centenas de soberanos do continente negro que pisam no cortejo solene da Tradição.
Um ritual de passagem conclama os deuses da terra, protegidos por guerreiros para a purificação do solo. Caminho depurado para a realeza preta passar. Andores adornados em Axum, Gana, Mali, Iorubas e Congo carregam suas majestades rumo a celebração da existência do Trono Negro. Em procissão, súditos e nobreza empretecem a avenida do povo. Trazem bichos e exércitos de guardiões trajados com peles e braveza para a defesa do trono supremo e exaltam a riqueza do solo da mãe África. Com a diáspora, o Trono Negro plantou lideranças por todo o mundo. Reis e rainhas não pertencentes a uma dinastia, mas coroados com o poder de suas expressões, na arte, na ciência, na política e na construção de benfeitorias para a humanidade. Realeza que a Tradição promove a coroação. Notáveis pretos que merecem nossa coroa e reconhecimento. Aplausos e reverências. Nelson Mandela, Martin Luther King, Rosa Parks, Nina Simone, Elizabeth Eckford, James Brown, Bob Marley, Ray Charles, Chimamanda Ngozi, Barack Obama, Viola Davis, Katherine Johnson entre tantos líderes que revolucionaram o mundo por meio de suas vozes e existências. No Brasil, o Trono Negro possui emblemáticos donos de resistência, força e poder. Zumbi e Dandara dos Palmares, Tia Ciata, Luís Gama, Tereza de Benguela, Machado de Assis, Carolina Maria de Jesus, Maria Firmino dos Reis, Pixinguinha, Cartola, Grande Otelo, Mãe Menininha do Gantois, Dona Ivone Lara, Pelé, Elza Soares, Gilberto Gil, Conceição Evaristo, Benedita da Silva, Elisa Lucinda, Zezé Motta, Glória Maria, Djamila Ribeiro, Bezerra da Silva, entre centenas de reis e rainhas pretos, brasileiros e donos do poder em distintos lugares da sociedade. Nos direitos humanos e em becos e vielas. O rei da quebrada, a rainha da favela, a coroa preta do povo, banhada em melanina. A arte, a dança, a música, o samba. Salve o samba! Salve toda raiz negra que exalta a dádiva de ser humano. Reis e rainhas do morro e do asfalto, do anonimato e da fama, da glória e da política. Marielle, presente! A realeza preta ocupa seu devido lugar e o Condor voa soberano, na defesa da liberdade, da igualdade, da resistência, do amor e dos Tronos Negros da História da humanidade e da Tradição.
Leandro Valente
Carnavalesco
SAMBA DE ENREDO
compositores
Lico Monteiro, Valtinho Botafogo, Jefferson Oliveira, Rafael Tubino, Victor do Chapéu, Lucas Macedo, Leandro Thomas, João Perigo, Gabriel Lima, Sukata, Daniel Rizzo, Filipe Zizou, Richard Valença, Jairo Roizen e Telmo Augusto
intérprete
Lico Monteiro
Banho de folhas em ritual
Realeza ancestral
O Trono Negro de Obá
Os ensinamentos dessa mata
Fundamento que entrelaça a raiz de um Baobá
Herança de Congo, da Costa da Mina (ôôô...)
Coroa banhada em melanina (ôôô...)
Meu poder é lei, a verdade africana
Preto: cor de rei
Dinastia da Savana
Vou te coroar, Rei de Palmares
Negro continente... ê Madiba!
O meu sangue herdei de Dandara
Minha cor não me separa
Tenho a força de Zumbi
Faço das palavras de Mandela
Manifesto das vielas
No lugar onde eu nasci
Favela… sou teu guardião
O rei das quebradas
Te vejo nos bailes e nas batucadas
O axé de Ciata na palma da mão
Origem não se vende,
Não se apaga, não se rende
Respeite a minha Tradição!
Ôôô... a tua benção rainha
Bate forte o meu tambor
Preta... É o tom da minha cor!
Ôôô... a tua benção Rainha
Bate forte o meu tambor
Meu orgulho: minha cor!